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Se eu tivesse um colo, no sentido humano, certamente a faria deitar-se nele agora e permitiria que suas lágrimas corressem até que a sua alma pequena ficasse esvaziada e dormente.
Infelizmente eu não posso me converter numa forma concreta e, desta maneira, me limito a lhe oferecer a companhia que veio buscar em mim como último apelo, como tentativa mais extrema da sua solidão.
E eu lhe direi: ainda bem que tele a mim para recorrer. Eu, com certeza, estarei sempre ao seu lado e dentro quando você precisar de ajuda. Talvez não possa lhe responder de imediato com a solução das aflições que a atormentam temporariamente. Mas certamente conseguirei guiá-la de volta até a confiança, por mais difícil que seja. Esta é a minha maneira de preenchê-lo com a amizade e o carinho. Se eu não conseguisse cumprir isto, então o meu amor seria inútil em sua essência. Ou não seria realmente amor.
Chore. Lágrimas são a água que alimenta e reaviva o espírito quando se resseca diante dos excessos deste mundo que sugam a seiva. Só a água é capaz de fertilizá-lo de novo.
Tudo há de acontecer como deve ser, e você entenderá as razões do momento que agora a deixa tão aflita e solitária. Sob a ótica desta difícil espécie de solidão vivencial, fica de fato complicado manter a esperança e a fé. Mas quem, o que, senão a esperança e a fé podem nos fazer ainda tatear no escuro em busca de saída ? E o que nos restaria além do desespero = morte em vida, se não nos conseguíssemos manter capazes de pelo menos tentar ?
É duro estar tão exposta e não ser percebida. Mais duro ainda, ser percebida e o que foi percebido ser usado para nos destruir.
A vitória não requer apenas um impulso, requer também muita calma. Ou o não-impulso, às vezes. É preciso encontrar a medida exata da passagem da derrota e assimilá-la, para poder se lançar na direção da conquista. E da vitória.
Portanto, pare mesmo. Deixe que o sofrer aconteça.
Um dia, acaba.
E tudo recomeça, colorido de novo.


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